Margareth Marconi
06 Apr
06Apr


Hoje vou abordar um assunto polêmico no meu ponto de vista: Vias de parto.  O que são de fato as vias de parto? Defino de forma simples que são os caminhos possíveis para chegada do bebê, quando deixamos de ser casinhas e temos o bebê nos nossos braços. 

Quando estamos gestantes já criamos em nós um universo de expectativas sobre como vai ser o nosso bebê – seu cabelinho, cheirinho, o primeiro olhar de interação (que nunca esquecemos) e a ansiedade de como vai ser a chegada do nosso bebê, qual caminho vai ser trilhado. Quais as possibilidades?

 🌿 Parto Vaginal - O parto vaginal é aquele em que o bebê nasce por via natural, através do canal vaginal. Dentro dele, há variações — parto normal, parto natural, parto humanizado — que às vezes confundem. 

O parto normal - pode ou não ter intervenções como analgesia (anestesia), ocitocina sintética ou rompimento artificial da bolsa. 

O parto natural - normalmente é conduzido com o mínimo possível de intervenções, respeitando os tempos do corpo e as vontades da pessoa que está parindo. 

Já o parto humanizado - não é um tipo específico de parto, mas uma abordagem: qualquer via de nascimento pode ser humanizada, desde que o cuidado seja centrado em quem está gestando — com informação, respeito, autonomia e acolhimento. Parto vaginal é intensidade. É corpo em movimento, é respiração profunda, é entrega. E quando bem assistido, com amor e segurança, pode ser profundamente transformador. 

💜 Cesárea - A cesariana é uma cirurgia — e como toda a cirurgia, envolve riscos e cuidados. Mas ela salva vidas e, em muitos casos, é necessária. E sim, ela também pode ser vivida com conexão e afeto e também ser transformadora. É possível ter uma cesárea respeitosa: com luz baixa, música escolhida, silêncio na hora do nascimento, pele a pele imediato, e toda a delicadeza que um nascimento merece. O que fere não é a cesárea em si, mas quando ela acontece sem explicação, sem escolha, ou sem escuta. Quando a pessoa que pare é colocada de lado num momento que deveria ser dela. Perder a autonomia no processo de nascimento é que altera completamente a perceção de um momento que pode ser considerado incrível, seja qual for a via de parto. 

O que precisamos, acima de tudo, é de espaço para escolhas conscientes, amparadas por informação e sensibilidade. Porque não se trata apenas de tirar um bebê de dentro de nós – trata-se de acolher um nascimento. E esse nascimento envolve o corpo, a mente e o coração. 

Como doula não é a via de parto que define a potência de uma experiência. É o modo como essa pessoa foi tratada, escutada, tocada e apoiada. É isso que marca, é isso que cura, é isso que empodera. O alinhamento das expectativas com esta experiência tão significativa. 

Seja qual for o caminho, que ele seja trilhado com amor, com respeito e com a certeza de que quem gesta merece ser protagonista dessa jornada e que este bebê que chega ao mundo é acolhido da melhor forma possível. 

Que possamos lembrar sempre:
 🤍 Não existe parto fraco.
 🤍 Não existe parto menor.
 🤍 Existe nascimento — e todo o nascimento merece ser cuidado com amor e respeito.

Obs.: Nesta foto sou eu há 17 anos plena no momento que antecede a chegada da minha filhota. De corpo e alma envolvida e acolhida por todos naquele momento. - Direitos de imagem reservados.


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